A meu ver, esta ciência merece mais do que o estatuto de "ciência de fronteira", dado que já deu alguns contributos para o avanço científico.
30 abril 2008
A dúvida concreta!
A meu ver, esta ciência merece mais do que o estatuto de "ciência de fronteira", dado que já deu alguns contributos para o avanço científico.
27 abril 2008
Megalodon - o sonho de Steven Spielberg
O maior carnívoro que já existiu viveu, provavelmente, entre 20 a 16 milhões de anos atrás. A sua recente popularidade deve-se, em grande parte, a vários romances que propõe que a espécie não está extinta. Proposta essa, que também partiu de alguns Criptozoólogos que acreditam, quase piamente, na actual existência do tubarão.
Os fósseis foram descobertos em sítios muito variados: Europa, Malta, América do Norte e do Sul, Japão, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e Índia. Na altura em que o Megalodon viveu, os oceanos eram muito mais quentes do que são na modernidade, daí ser possível encontrar vestígios da sua existência em regiões que hoje não sejam banhadas por águas quentes.
Pensa-se que o Megalodon se alimentava principalmente de baleias primitivas e que as caçava de um modo semelhante ao do actual tubarão-branco, ou seja, seguia a presa por baixo, até que, numa subida inesperada atacava o animal com uma única dentada, que devia ser muitas vezes fatal.
A comunidade científica concorda que a extinção do Megalodon se deveu a bruscas alterações climáticas e geológicas: no final do Plistocénico, muitas espécies de baleias migraram para os pólos e para outras zonas de águas mais frias, ficando fora do alcance do Megalodon. Posteriormente, na Primeira Idade do Gelo, o congelamento das águas fez com que as correntes marítimas se alterassem , resultando num recuo do nível das águas do mar em diversos locais que serviam de habitat ao Megalodon.
Muitos cientistas, seguindo vários avistamentos de tubarões gigantes, um pouco por todo o mundo, defendem a ideia de que o Megalodon não desapareceu do nosso mundo e continua a nadar nas profundezas dos mares. É justamente aí que entra a Criptozoologia.
A prova mais conhecida e aclamada, por assim dizer, que muitos usam como base para sustentar uma possível actual existência do Megalodon, foi a descoberta de dentes de tubarão de dimensões muito semelhantes às do Megalodon, mas que, ao contrário de todos os outros dentes encontrados, estes não apresentavam as características marcas de fossilização.
«Se os Megalodon viveram até à 10000 anos atrás, porque não até aos dias de hoje?». É esta a principal interrogação que os Criptozoólogos utilizam como fundamento. Há, no entanto, o contraponto. Isto é, muitos cientistas, depois da análise química e dos estratos geológicos onde foram encontrados esses dentes "frescos", concluíram que esse aspecto apenas se deve aos vários minerais que os rodeavam, conferindo-lhes um aspecto "menos fossilizado".
Há ainda, as provas circunstanciais das testemunhas oculares. Existem vários relatos de "um tubarão descomunal, por vezes branco, por vezes azulado e noutras ocasiões acastanhado com pequenas manchas na pele". Uma leitura atenta desses relatos mostra que muitos desses alegados "encontros" foram meras confusões com um animal bastante conhecido hoje: o tubarão-baleia, o maior tubarão existente.
Comparação de um Megalodon (cinza) com o actual tubarão branco e um mergulhador humano.
15 abril 2008
Os mitos e as lendas
Muitos mitos são rejeitados pela ciência, visto que tem as suas explicações racionais para os fenómenos. No entanto, os mitos contêm ainda uma verdade: a da imaginação, embora esta não seja a verdade científica, impossível de se medir e de prever.

Nos mitos, os animais entram normalmente ligados a juízos de valor e moral, quase como nas fábulas que todos ouvimos na nossa infância.
1. As sereias
Muito provavelmente nós, nos dias de hoje, ainda vemos as sereias. E chamamos-lhes muitos nomes Mas agora "elas" foram catalogadas pela ciência.
Golfinhos e manatins assemelham-se às descrições das lendas. Em todas elas, as sereias surgem-nos como "mulheres-peixe", no entanto as suas caudas de "peixe" surgiram nas mais antigas ilustrações extremamente semelhantes às caudas dos mamíferos marinhos.
Vamos fazer contas: sereias=caudas de mamíferos marinhos=golfinhos ou manatins
2. Unicórnios
Vamos fazer mais contas: norte=países nórdicos=Mar do Norte e Oceano Árctico=narvais=corno
3. Dragões
Mais contas: fósseis=esqueletos de animais grandes=explicações simples da natureza=dragões
Nós e a B.C.S.C.C.

Este simpático canadiano, neto de uma imigrante portuguesa, como nos chegou a confessar, rapidamente respondeu ao nosso desesperado mail "portuguese students need assistance!". Depois de nos dar umas linhas orientadoras, às quais nos agarrámos sem medos, ainda teve a paciência de nos conceder uma "entrevista" via mail:
G» Como é entrou em contacto com o mundo da Criptozoologia?
JK» O meu interesse resulta de um "encontro" com um animal desconhecido no Lago Okanagan, em 1987. Depois desta experiência, descobri a Criptozoologia e toda a sua área de estudos, com a qual tenho estado sempre intimamente envolvido.
G» O que o prende à sua profissão?
JK» A Criptozoologia não é a minha profissão! È, antes, uma área de interesse à qual eu dou muito do meu tempo livre. As possibilidades de viver única e exclusivamente da Criptozoologia são muito remotas, se não inexistentes. No entanto, continuo envolvido com a ciência devido ao entusiasmo que ela me dá e à esperança de vir a descobrir um qualquer novo animal.
G» Já descobriu algum novo animal?
JK» Não.
G» O que espera conseguir com as suas buscas e pesquisas?
JK» Tenho esperança em conseguir encontrar provas da existência, ou não, de animais e espécies que ainda não tenham sido encontradas pela ciência comum. Espero encontrá-los e dar-lhes o devido lugar nos livros de taxonomia.
G» Acha que os métodos utilizados pela Criptozoologia são cientificamente aprovados?
JK» Com toda a certeza. A Criptozoologia pode inserir-se na Zoologia e, como tal, terá de seguir as suas regras. Se isso não fosse feito significaria que não era um trabalho científico.
G» Tem algum críptido favorito?
JK» Vários, até. Mas em especial aqueles relacionados com a Columbia Britânica, tais como o Ogopogo, Sasquatch, cadborosaurus ou a salamandra gigante.
G» Disse-nos que não considerava os chupa-cabras como críptidos. No entanto, em muitas das nossas pesquisas e em alguns livros de autores reconhecidos, como o Loren Coleman, verificámos a permanência dos chupacabras como seres estudados pela Criptozoologia. Afinal, são, ou não, críptidos?
JK» Eu não concordo com o ponto de vista do Loren Coleman de que os chupa-cabras sejam críptidos. Para mim, não passam de um mito, já que os avistamentos desta "criatura" são apenas feitos por pessoas que falam espanhol. Se há apenas um grupo linguístico que faz os relatos, embora em diferentes e variados locais, apenas se pode concluir que a ideia dos chupa-cabras está ligada á cultura das populações e não à biologia.
G» Quais são os métodos utilizados na escolha de um novo animal para estudo?
JK» Normalmente é escolhido um animal com base nos resultados que se esperam obter com a pesquisa. Por vezes escolhemos um animal que tenha sido recentemente avistado, o que faz com que as probabilidades de o encontrarmos não sejam tão reduzidas.
G» Como classifica a relação da "ciência normal" para com a Criptozoologia?
JK» São uma e a mesma coisa. Sem a ciência normal a Criptozoologia não teria qualquer fundamento.
G» Será que depois da confirmação científica da existência de um animal outrora desconhecido, este deixa de ser interessante?
JK» Infelizmente, é isso mesmo que sucede. Quando algum animal é identificado, como que perde o interesse, o mistério desaparece e passa a ser «só mais um». De facto isso nota-se no exemplo das lulas gigantes. Desde que a sua existência foi confirmada pela Zoologia, o interesse do público e mesmo de muitos cientistas, sobre esse fantástico animal tem diminuído imenso.